Gerenciando Emoções: Enfrentando o Nervosismo e Compartilhando a Própria Voz

Vivemos em um mundo onde se espera, cada vez mais cedo, que jovens se posicionem, se expressem, e façam escolhas importantes sobre o futuro. Mas há um inimigo silencioso que, muitas vezes, os impede de dar esse passo: o nervosismo, especialmente aquele que nasce do medo de se revelar ao mundo. Falar em público, compartilhar uma opinião sincera, expor seus sentimentos, fazer uma pergunta em sala de aula — todos esses momentos são, para muitos, verdadeiras batalhas internas.

 

A Voz que Quer Sair

Cada um de nós tem uma voz — um conjunto de ideias, sentimentos, talentos e valores que merece ser ouvido. Essa voz é moldada ao longo da vida: primeiro como filho, depois como estudante, e mais tarde, como profissional, pai, mãe, cidadão. Mas há quem demore a reconhecê-la ou acredite que ela não é importante o suficiente.

Eu, por exemplo, comecei cedo. Na adolescência, criei um pequeno jornal chamado L’Hebdomadaire. Nele, publicávamos textos, opiniões, charges políticas e humor. Anos depois, percebi como aquela iniciativa se conectava com meu presente: hoje sou podcaster, educador, alguém que continua usando a palavra como ferramenta de transformação. Minha trajetória não foi desenhada com perfeição, mas é cheia de sentido — e convido meus alunos a também encontrarem esse sentido em suas histórias.

 

O Medo de se Mostrar

Quando nos perguntamos o que atrapalha ou impede o compartilhamento de nossa voz, vêm respostas fortes: medo, insegurança, nervosismo, medo de errar, medo do julgamento.

Esse nervosismo não é exclusivo dos tímidos ou dos inexperientes. Frank Sinatra, após 50 anos de carreira, ainda dizia sentir frio na barriga antes de entrar no palco. Isso não o impedia de cantar. Ao contrário — talvez fosse isso que o mantinha humano, conectado, presente.

O que importa não é eliminar o nervosismo, mas aprender a gerenciá-lo. E é aí que entra a inteligência emocional: a capacidade de reconhecer, acolher e conduzir nossas emoções, sem que elas nos dominem.

 

Transformando Emoções em Força

Ao invés de fugir da exposição, da apresentação, da conversa difícil, podemos aprender a respirar, pensar, se preparar. Isso é gestão emocional. Respirar diante da raiva. Organizar pensamentos diante do medo. Lembrar de seus valores e propósitos diante da dúvida.

Podemos fazer um diagnóstico simples: em quais situações você sente nervosismo? Falar em público, fazer provas, pedir ajuda, expressar sentimentos, dar sua opinião no grupo. A maioria responde “fico nervoso” ou “fico muito nervoso” para a maioria dessas situações.

A resposta a isso não é vergonha. É treinamento. É consciência. É autocompaixão. Você não está sozinho.

 

O Everest de Cada Um

Levo comigo uma metáfora inspiradora: ouvi de um palestrante que, sem ser alpinista, decidiu chegar à base do Monte Everest. Para ele, aquilo já era uma conquista imensa. Era o seu Everest.

Qual é o seu Everest? Talvez não seja um palco imenso, mas uma conversa honesta. Talvez não seja um show, mas um trabalho bem feito. Talvez não seja um prêmio, mas um gesto simples. Seja o que for, quando você o alcança, vem a sensação de realização — a recompensa de ter sido fiel à sua missão.

Você é Único. E isso é um Chamado.

Há um lugar no mundo onde sua voz fará diferença. Há pessoas esperando o impacto que só você pode causar. Isso não é egoísmo — é consciência de propósito. É uma responsabilidade madura e saudável.

Você tem talentos, dons, qualidades. E mesmo que tenha defeitos, como todos temos, isso não apaga o brilho da sua contribuição possível. Quando você se conhece e aceita, começa a cuidar da própria vida com mais liberdade.

 

Em tempo

Gostar de si mesmo é essencial. Acreditar que você merece ser respeitado, ouvido e amado é o ponto de partida. Sua voz é insubstituível. Não deixe de buscá-la. Não deixe o nervosismo calar o que só você pode dizer.

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Rafael Pacios

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